Perfil epidemiológico das notificações de tentativa de suicídio na região metropolitana de Maringá – Brasil no período entre 2012 a 2022
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i1.48026Palavras-chave:
Tentativa de Suicídio, Epidemiologia, Saúde Pública, Saúde Mental.Resumo
Objetivo: Conhecer o perfil epidemiológico das notificações de lesões autoprovocadas, comumente denominado de tentativas de suicídio na região metropolitana de Maringá entre 2012 a 2022. Métodos: Essa pesquisa quantitativa e descritiva utilizou dados do Sistema Nacional de Agravos e Notificação (SINAN), optou-se por retirar os menores de 5 anos de idade e Ign/branco para estruturar as informações epidemiológicas. Resultados: Foram notificados 7.898 casos de lesões autoprovocadas. Adultos jovens do sexo feminino, da raça/cor branca, entre 20 a 29 anos, com ensino médio completo são as mais acometidas. Quanto ao meio mais utilizado para provocar autolesões, o envenenamento obteve 5.607 notificações, seguido de 1.167 registros por objetos perfurocortantes. A evolução desses casos não pode ser avaliada devido à ausência de registro no sistema. Quanto à distribuição geográfica, dentre os 26 municípios analisados, Maringá teve o maior registro 55,93% de tentativas de suicídio. Conclusões: Conclui-se que os achados desta pesquisa estão em consonância com outros estudos nacionais corroborando que a autolesão é um agravo para a saúde pública, pois evidência o número crescente de tentativas de suicídio. Os resultados sinalizam a importância de refletir sobre as estratégias e ações em saúde mental. Ressalta-se que as lesões autoprovocadas podem ser evitadas por meio de ações de promoção e prevenção em todos os níveis de atenção à saúde evitando o desfecho fatal, o suícidio. Salienta-se a importância de treinar as equipes de saúde da atenção primária para rastrear, manejar e encaminhar os casos suspeitos precocemente.
Referências
Bando, D. H., Scrivani, H., Morettin, P. A., & Teng, C. T. (2009). Seasonality of suicide in the city of Sao Paulo, Brazil,1979-2003. Rev Bras Psiquiatr 2009; 31,101–https://doi.org/10.1590/s1516-44462009000200004.
Bezerra, B., Cavalcanti, A., Alcântara, M. C. A, Pedroza, R. M., & Ferreira, S. H. V. (2017). O papel da atenção primária de saúde na constituição das redes de cuidado em saúde mental The role of primary attention in health on the constitution of the network care in mental health. Rev Pesqui Cuid é Fundam Online 2017; 9, 659–68. https://doi.org/10.9789/2175-5361.2017.v9i3.659-668.
Botega, N. J. Comportamento suicida: epidemiologia. Psicol. USP 2014; 25, 231–6. https://doi.org/10.1590/0103-6564d20140004.
Brasil, Ministério da Saúde (2023). Setembro Amarelo é o mês dedicado a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. Gov.br 2023. https://www.gov.br/fundacentro/pt-br/comunicacao/noticias/noticias/2023/setembro/setembro-amarelo-e-o-mes-dedicado-a-campanha-de-conscientizacao-sobre-a-prevencao-do-suicidio.
Brasil. (2024). Janeiro branco: mês de conscientização da saúde mental e emocional. gov.br 2024, de Secretaria da Saúde. website:
Brasil. (2016). Portaria No - 204, de 17 de fevereiro de 2016. Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Diário da União 18 fev 2016; Seção 1; [s.d.], de Secretaria da Saúde website: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt0204_17_02_2016.html
Brasil. (2021). Boletim Epidemiológico: Mortalidade por suicídio e notificações de lesões autoprovocadas no Brasil. 2021. Gov.br website: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2021/boletim_epidemiologico_svs_33_final.pdf/view
Brown, G. K., Wenzel, A., & Rudd, M. D. (2011). Cognitive therapy for suicidal patients. In K. Michel & D. A. Jobes (Eds.), Building a therapeutic alliance with the suicidal patient (pp. 273–291). American Psychological Association. https://doi.org/10.1037/12303-015
Cantão, L., & Botti, N. C. L. (2016). Comportamento suicida entre dependentes químicos. Rev Bras Enferm., 2016; 69, 389–96.
https://doi.org/10.1590/0034-7167.2016690224i.
Cardoso, L. C. B., Arruda, G. O., Giacon-Arruda, B. C. C., Paiano, M., Pinho, L. B., & Marcon, S. S. (2020). Work process and mental health care flow in Primary Health Care. Texto Contexto Enferm 2020; 29. https://doi.org/10.1590/1980-265x-tce-2019-0191.
Cousien, A., Acquaviva, E., Kernéis, S., Yazdanpanah, Y., & Delorme, R. (2021). Temporal trends in suicide attempts among children in the decade before and during the COVID-19 pandemic in Paris, France. JAMA Netw Open 2021; 4, e2128611. https://doi.org/10.1001/jamanetworkopen.2021.28611.
Desaulniers, J., & Daigle, M. S. (2008). Inter-regional variations in men’s attitudes, suicide rates and sociodemographics in Quebec (Canada). Soc Psychiatry Psychiatr Epidemiol 2008; 43, 445–53. https://doi.org/10.1007/s00127-008-0340-2.
Gonçalves, A., Freitas, P., & Sequeira, C. (2011). Comportamentos Suicidários em Estudantes do Ensino Superior: Factores de Risco e de Protecção. Revista Millenium 2011; 40, 149‐159.
Hawton, K., & van Heeringen, K. (2009). Suicide. Lancet 2009; 373,1372–81 https://doi.org/10.1016/s0140-6736(09)60372-x.
Jagodic, H. K., Agius, M., & Pregelj, P. (2012). Inter-regional variations in suicide rates. Psychiatr Danub 2012; 24(Suppl 1), S82-5.
Jorge, M. S. B, Diniz, A. M., Lima, L. L., & Penha, J. C. (2015). Matrix support, individual therapeutic project and production in mental health care Texto Contexto Enferm 2015;24, 112–20. https://doi.org/10.1590/0104-07072015002430013.
Junior, C. S, & Etges, V. E. (2023). Prevenção ao suicídio e os objetivos de desenvolvimento sustentável: obstáculos à meta 3.4 da agenda 2030 no Brasil. Anais do Simpósio Latino-Americano de Estudos de Desenvolvimento Regional 2023.
Li Z, Page, A., Martin. G, & Taylor. R. (2011). Attributable risk of psychiatric and socio-economic factors for suicide from individual-level, population-based studies: a systematic review. Soc Sci Med 2011; 72, 608–16. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2010.11.008.
Lovisi, G. M., Santos, S. A., Legay, L., Abelha, L., & Valencia, E. (2009). Análise epidemiológica do suicídio no Brasil entre 1980 e 2006. Rev Bras Psiquiatr 2009; 31, S86–93. https://doi.org/10.1590/s1516- 44462009000600007.
Machado, D. B, & Santos, D. N. (2015). Suicídio no Brasil, de 2000 a 2012. J Bras Psiquiatria 2015; 64, 45–54. https://doi.org/10.1590/0047-2085000000056.
Marín-León, L., & Barros, M. B. A. (2003). Mortes por suicídio: diferenças de gênero e nível socioeconômico. Rev Saude Publica 2003; 37, 357–63. https://doi.org/10.1590/s0034-89102003000300015.
Miller, M., Azrael, D., & Barber, C. (2012). Suicide mortality in the United States: the importance of attending to method in understanding population-level disparities in the burden of suicide. Annu Rev Public Health 2012; 33, 393–408. https://doi.org/10.1146/annurev-publhealth-031811-124636.
Montemezo, H., Silva, F., Muramatsu, C. K., Amorin, I. R., Buriola, A. A., & Cazañas, E. F. (2018). Percepção de enfermeiros e médicos sobre o atendimento à pessoa com transtorno mental na atenção básica / Perception of nurses and doctors on the service provided to people with mental disorders in primary care. Ciênc Cuid Saúde 2018;17. https://doi.org/10.4025/cienccuidsaude.v17i1.38134.
Paiano, M., Maftum, M. A., Haddad, M. C. L., & Marcon, S. S. (2016). Mental health ambulatory: Weaknesses pointed out by professionals. Texto Contexto Enferm 2016; 25. https://doi.org/10.1590/0104-07072016000040014.
Paraná. (2020). Instrumento de estratificação de risco em Saúde mental 2020. Secretaria da Saúde website: https://www.saude.pr.gov.br/sites/default/arquivos_restritos/files/documento/2021-07/instrumento_de_estratificacao_de_risco_em_saude_mental.pdf
Patel, V. (2012). Global mental health: From science to action. Harv Rev Psychiatry 2012; 20, 6–12. https://doi.org/10.3109/10673229.2012.649108.
Penso, M. A., & Sena, D. P. A. (2020). A desesperança do jovem e o suicídio como solução. Soc Estado 2020; 35, 61–81. https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202035010004.
Pereira, A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. (free e-book). Editora UAB/NTE/UFSM.
Ribeiro, J. M., & Moreira, M. R. (2018). Uma abordagem sobre o suicídio de adolescentes e jovens no Brasil. CienSaude Colet 2018; 23, 2821–34. https://doi.org/10.1590/1413-81232018239.17192018.
Ridout, K. K., Alavi, M., Ridout, S. J., Koshy, M. T., Awsare, S., & Harris, B. (2021). Emergency department encounters among youths with suicidal thoughts or behaviors during the COVID-19 pandemic. JAMA Psychiatry 2021; 78,1319. https://doi.org/10.1001/jamapsychiatry.2021.2457.
Shitsuka, R. et.al. (2014). Matemática fundamental para tecnologia. (2 ed.). Editora Erica.
Stack, S. (2000). Suicide: A 15‐year review of sociological literature part I: Cultural and economic factors. Suicide Life Threat Behav, 2000; 30, 145–62. https://doi.org/10.1111/j.1943-278x.2000.tb01073.x.
Veloso, M. V., & Silva, Z. M. (2023). Dados da mortalidade por suicídio no piauí - janeiro a Agosto de 2023.
Wenceslau, L. D., & Ortega, F. (2015). Saúde mental na atenção primária e Saúde Mental Global: perspectivas internacionais e cenário brasileiro. Interface 2015; 19, 1121–32. https://doi.org/10.1590/1807-57622014.1152.
WHO (2021). Suicide worldwide in 2019: global health estimates. Genebra, Switzerland: World Health Organization; 2021.
WHO, (2021). Live life: an implementation guide for suicide prevention in countries. Genebra, Switzerland: World Health Organization; 2021.
Ying, Y. H., & Chang, K. (2009). A study of suicide and socioeconomic factors. Suicide Life Threat Behav 2009; 39, 214–26. https://doi.org/10.1521/suli.2009.39.2.214.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Lilian Zolet Bergonzini; Diana Zolet Bergonzini

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.