Relação entre polifarmácia e saúde mental em idosos: Uma revisão sistemática
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i2.48269Palavras-chave:
Saúde mental, Depressão, Idoso, Polifarmácia, Declínio cognitivo.Resumo
Introdução: A polifarmácia, caracterizada pelo uso concomitante de múltiplos medicamentos, é comum em idosos devido à presença de diversas comorbidades. Objetivo: Analisar a relação entre a polifarmácia e a saúde mental em idosos, com foco no desenvolvimento ou agravamento de transtornos como depressão e declínio cognitivo. Metodologia: Realizou-se uma revisão sistemática nas bases CAPES, BVS e SciELO, considerando artigos publicados entre 2019 e 2024, em inglês, português ou espanhol, de acesso aberto e disponíveis na íntegra. Foram incluídos estudos com idosos (≥ 60 anos) que abordassem a influência da polifarmácia na saúde mental e excluídos aqueles que não tratassem diretamente dessa relação, não estivessem acessíveis ou fossem publicados antes de 2019. Resultados: Dos 12 estudos analisados, 10 indicaram uma correlação negativa entre polifarmácia e saúde mental, evidenciando aumento dos sintomas depressivos. Entretanto, alguns estudos apontaram benefícios, como a proteção contra o declínio cognitivo, quando a polifarmácia é monitorada adequadamente. Conclusão: A gestão inadequada da polifarmácia pode agravar transtornos mentais e comprometer a qualidade de vida dos idosos. Há necessidade de ampliar pesquisas sobre seus impactos, considerando tanto riscos quanto potenciais benefícios.
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