Estrogênio e progesterona combinados: Seus benefícios e riscos como terapia hormonal na menopausa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i3.48172Palavras-chave:
Menopausa, Terapia de reposição hormonal, Densidade óssea.Resumo
A menopausa, marcada pela cessação da função ovariana, traz impactos significativos à saúde feminina, com sintomas físicos e psicológicos que afetam a qualidade de vida. O objetivo deste artigo é explorar por meio de revisão narrativa, os principais benefícios e riscos da terapia hormonal combinada na menopausa, com base em evidências científicas recentes e de alta qualidade, contribuindo para o avanço do conhecimento nessa área e para a melhoria da prática clínica. A revisão utilizou metodologia qualitativa de revisão narrativa, com critérios de inclusão que priorizaram estudos publicados entre 2020 e 2024 nas bases PubMed, Scielo e Google Acadêmico. Foram excluídos artigos com foco em outros métodos de terapia ou que não atendiam ao rigor metodológico necessário. Os resultados apontam que a THC reduz sintomas vasomotores, como ondas de calor, melhora a qualidade do sono, previne perda óssea e apresenta potencial cardioprotetor quando iniciada precocemente na menopausa. No entanto, riscos como aumento da incidência de câncer de mama, trombose venosa e acidente vascular cerebral foram associados ao uso prolongado ou início tardio da terapia. A escolha da dose e via de administração mostrou-se crucial, com formulações transdérmicas sendo mais seguras em relação ao risco tromboembólico. A discussão destaca a importância do início da THC dentro da “janela de oportunidade” (primeiros 10 anos pós-menopausa) e a personalização do tratamento para equilibrar benefícios e riscos. Conclui-se que a THC, quando aplicada com base em critérios clínicos rigorosos, é uma ferramenta eficaz no manejo da saúde menopausal, reforçando a necessidade de monitoramento contínuo para otimizar seus benefícios e minimizar os riscos.
Referências
Anderson, G. L., et al. Effects of conjugated equine estrogen in postmenopausal women with hysterectomy. Journal of the American Medical Association. 2004;291(14), 1701-1712.
Baik, S. H., Baye, F., & McDonald, C. J. (2024). Use of menopausal hormone therapy beyond age 65 years and its effects on women's health outcomes by types, routes, and doses. Menopause: The Journal of The Menopause Society, 31(5), 363-371. https://doi.org/10.1097/GME.00000000002335
Chlebowski, R. T., Anderson, G. L., Aragaki, A. K., Manson, J. E., Stefanick, M. L., Pan, K., ... & Prentice, R. L. (2020). Association of menopausal hormone therapy with breast cancer incidence and mortality during long-term follow-up of the Women’s Health Initiative randomized clinical trials. JAMA, 324(4), 369–380.
Gava G, Orsili I, Alvisi S, Mancini I, Seracchioli R, Meriggiola MC. Cognition, Mood and Sleep in Menopausal Transition: The Role of Menopause Hormone Therapy. Medicina (Kaunas). 2019 Oct 1;55(10), 668.
Genazzani, A. R., Monteleone, P., Giannini, A., & Simoncini, T. (2021). Hormone therapy in the postmenopausal years: Considering benefits and risks in clinical practice. Human Reproduction Update, 27(6), 1115–1150. https://doi.org/10.1093/humupd/dmab026
Gleason, C. E., Dowling, N. M., Kara, F., James, T. T., Salazar, H., Ferrer Simo, C. A., Harman, S. M., Manson, J. E., Hammers, D. B., Naftolin, F., Pal, L., Miller, V. M., Cedars, M. I., Lobo, R. A., Malek-Ahmadi, M., & Kantarci, K. (2024). Long-term cognitive effects of menopausal hormone therapy: Findings from the KEEPS Continuation Study. PLOS Medicine, 21(11), e1004435. https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1004435
Gu, Y., Han, F., Xue, M., Wang, M., & Huang, Y. (2024). The benefits and risks of menopause hormone therapy for the cardiovascular system in postmenopausal women: A systematic review and meta-analysis. BMC Women's Health, 24(60), 1-14. https://doi.org/10.1186/s12905-023-02788-0
Haddaway, N. R., Page, M. J., Pritchard, C. C., & McGuinness, L. A. (2022). PRISMA2020: An R package and Shiny app for producing PRISMA 2020-compliant flow diagrams, with interactivity for optimised digital transparency and Open Synthesis Campbell Systematic Reviews, 18, e1230.
Hodis, H. N., Mack, W. J., Henderson, V. W., Shoupe, D., Budoff, M. J., Hwang-Levine, J., ... & Kono, N. (2016). Vascular effects of early versus late postmenopausal treatment with estradiol. New England Journal of Medicine, 374(13), 1221–1231.
Manson, J. E., et al. Menopausal hormone therapy and health outcomes during the intervention and extended poststopping phases of the Women’s Health Initiative randomized trials. Journal of the American Medical Association. 2013;310(13):1353-1368.
Manson, J. E., Aragaki, A. K., Rossouw, J. E., Anderson, G. L., Prentice, R. L., LaCroix, A. Z., ... & Cauley, J. A. (2019). Menopausal hormone therapy and long-term all-cause and cause-specific mortality: The Women’s Health Initiative randomized trials. JAMA, 318(10), 927–938.
Mattos, P. C. (2015). Tipos de revisão de literatura. Unesp, 1-9. https://www.fca.unesp.br/Home/Biblioteca/tipos-de-evisao-de-literatura.pdf.
Mehta, J., Kling, J. M., & Manson, J. E. (2021). Risks, benefits, and treatment modalities of menopausal hormone therapy: Current concepts. Frontiers in Endocrinology, 12, 564781. https://doi.org/10.3389/fendo.2021.564781
Peppone, L. J., Mustian, K. M., Janelsins, M. C., Mohile, S. G., Palesh, O. G., & Morrow, G. R. (2020). The effect of various forms of postmenopausal hormone therapy on breast cancer risk. Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention, 29(2), 366–373.
Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free e-book]. Editora UAB/NTE/UFSM.
Pinkerton, J. V., Aguirre, F. S., Blake, J., Cosman, F., Hodis, H., Hoffstetter, S., ... & Kaunitz, A. M. (2017). The 2017 hormone therapy position statement of The North American Menopause Society. Menopause, 24(7), 728–753.
Rother, E. T. (2007). Revisão sistemática x revisão narrativa. Acta paul. enferm. 20 (2). https://doi.org/10.1590/S0103-21002007000200001
Santen, R. J., Allred, D. C., Ardoin, S. P., Archer, D. F., Boyd, N., Braunstein, G. D., ... & Davis, S. R. (2019). Menopausal hormone therapy: An Endocrine Society scientific statement. The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism, 104(7), 2229–2247.
Sriprasert, I., Hodis, H. N., Bernick, B., Mirkin, S., & Mack, W. J. (2021). Determinants of attained estradiol levels in response to oral estradiol plus progesterone therapy. Climacteric, 24(2), 194–199. https://doi.org/10.1080/13697137.2020.1838477
Sturdee, D. W., Hunter, M. S., Maki, P. M., Gupta, P., Sassarini, J., Stevenson, J. C., & Lumsden, M. A. (2017). Updated IMS recommendations on postmenopausal hormone therapy and preventive strategies for midlife health. Climacteric, 20(6), 541–546.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Ian Oliveira Dias; Maria Eduarda Andrade Rogério; Gabriela Tavares Freitas; Mariana Ribeiro Gonçalves de Souza; Isadora Habel Figueiredo; Túlio Paulo Souza Louzano; Livya Lima de Oliveira; Luísa Martins Leal de Carvalho Neves; Maria Clara Garcia Calais; Elissa Paulino Silva; Isabela Fontanella de Quadra; Kamilly Valverde Magalhães; Júlia Zini Simões Alves

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.