Seletividade de herbicidas para açaizeiro
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i2.48272Palavras-chave:
Euterpe oleraceae, Herbicidas, Fitotoxicidade.Resumo
O açaizeiro (Euterpe oleracea, Arecaceae) é uma palmeira nativa da Amazônia tradicionalmente explorada no sistema extrativista e cujos frutos são destinados à produção de bebida conhecida como vinho de açaí. Em razão do consumo crescente o extrativismo não atende o aumento da demanda e o açaizeiro passou a ser cultivado em áreas de terra firme na região amazônica. A interferência negativa de plantas daninhas é um fator que prejudica o crescimento das plantas e a produção de frutos nas lavouras em terra firme, exigindo a realização de controle periódico. O controle de plantas daninhas com herbicidas tem como vantagens obter eficácia de controle alta, menor custo, maior rendimento operacional e menor dependência de mão de obra. Os herbicidas seletivos controlam as plantas daninhas e não prejudicam o açaizeiro, contudo, são necessárias avaliações para o uso seguro dos herbicidas. Assim, este trabalho teve o objetivo de avaliar a seletividade dos herbicidas 2,4-D dimetilamina (670, 1005, 1340 e 1675 g), diuron (750, 1250, 1750 e 2250 g), fenoxaprop-p-ethyl (55, 82,5, 110 e 137,5 g), metribuzin (240, 480, 720, 960 g) e sulfentrazone (500, 750, 1000 e 1250 g). O experimento foi conduzido em condição de viveiro em vasos com plantas de açaizeiro, cultivar BRS Pai d’Égua, no estádio de cinco folhas completamente expandidas. O 2,4-D, diuron, metribuzin e sulfentrazone foram aplicados sob o dossel das mudas e o fenoxaprop-p-ethyl sobre as folhas. Todos os herbicidas em todas as doses foram seletivos para o açaizeiro, com fitotoxicidade considerada leve.
Referências
ADAF. Lista de produtos. http://www.adaf.am.gov.br/lista-de-Produtos-atox
AGROFIT. Sistema de agrotóxicos fitossanitários. http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons
Almeida, U.O. et al. (2019) a. Weed incidence in an intercropping system of banana, type plantain, cv. D’angola, with assai palm in different arrangements. Brazilian Journal of Agriculture, 94, 64-83.
Almeida, U. O. et al. (2019) b. Fitossociologia de plantas daninhas em cultivo de açaizeiro. Revista Brasileira de Agropecuária Sustentável, 9, 59-67.
Bekbölet, M., Yenigün, O., & Yücel, I. (1999). Sorption studies of 2, 4-D on selected soils. Water, Air, and Soil Pollution, 111, 75-88.
Boivin, A. et al. (2005). 2, 4-dichlorophenoxyacetic acid (2, 4-D) sorption and degradation dynamics in three agricultural soils. Environmental pollution, 138, 92-99.
Brancalion, P. H. S., Isernhagen, I., Machado, R. P., Christoffoleti, P. J., Rodrigues, R. R. (2009). Seletividade dos herbicidas setoxidim, isoxaflutol e bentazon a espécies arbóreas nativas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 44, 251-257.
Brandão, B. B. et al. (2014). Selectivity of herbicides on the growth of initial culture of açai (euterpe oleracea mart.). Journal of Biotechnology and Biodiversity, 5, 95-100.
Costa, Y. K. S. et al. (2020). Herbicide selectivity on macauba seedlings and weed control efficiency. Industrial Crops and Products, 154, 112725
Dayan, F. E. et al. (1997). Soybean (Glycine max) cultivar differences in response to sulfentrazone. Weed Science, 45, 634-641.
Farias Neto, J. T. (2019). BRS Pai d’Égua - Cultivar de açaí para terra firme com suplementação hídrica. Belém: Embrapa Amazônia Oriental. 8 p.
Fedtke, C. (1991). Deamination of metribuzin in tolerant and susceptible soybean (glycine max) cultivars. Pesticide Science, 31, 175-183.
Frans, R. R. et al. (1986). Experimental design and techniques for measuring and analyzing plant responses to weed control practices. in: Camper, N. D. Ed. Research Methods in Weed Science. 3 ed. Southern Weed Science Society. Champaign IL, USA. 29-46.
Frear, D. S., Swanson, H. R. & Mansager, E. R. (1985). Alternate pathways of metribuzin metabolism in soybean: formation of n-glucoside and homoglutathione conjugates. Pesticide biochemistry and physiology, 23, 56-65, 1985.
Grossmann, K. (2010). Auxin herbicides: current status of mechanism and mode of action. Pest Management Science, 66, 113-120.
IBGE. (2024). Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. https://sidra.ibge.gov.br/tabela/1613#resultado
Jablonkai, I. (2015). Herbicide metabolism in weeds—selectivity and herbicide resistance. In: Herbicides, physiology of action, and safety. IntechOpen. 223-251.
Jote, C. A. (2019). A review of 2,4-d environmental fate, persistence and toxicity effects on living organisms. Organic & Medicinal Chemistry International Journal, 9, 22-31.
Liu, W. et al. (2019). Variation in tolerance mechanisms to fluazifop-p-butyl among selected zoysiagrass lines. Weed Science, 67, 288–295.
Ma, H. et al. (2020). Metribuzin resistance via enhanced metabolism in a multiple herbicide resistant Lolium rigidum population. Pest Management Science, 76, 3785-3791.
Muhamad, H. et al. (2013). The fate of diuron in soil in a malaysian oil palm plantation. Journal of Oil Palm Research, 25, 149-158.
Nogueira, A. K. M., Santana, A. C. (2016). Benefícios socioeconômicos da adoção de novas tecnologias no cultivo do açaí no estado do Pará. Revista Ceres, 63, 1-7.
Oliveira, M. S. P. (2002). Cultivo do açaizeiro para produção de frutos. Belém: Embrapa Amazônia Oriental. 18 p.
Pascal-Lorber, S. (2010). Metabolic fate of [14C]diuron and [14C]linuron in wheat (Triticum aestivum) and radish (Raphanus sativus). Journal of Agriculture and Food Chemistry, 58, 10935–10944.
Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free e-book]. Editora UAB/NTE/UFSM.
Peterson, M. A. et al. (2016). 2,4-d past, present, and future: a review. Weed Technology, 30, 303-345.
Queiroz, J. R. G. et al. (2016). Desenvolvimento inicial de mudas de Euterpe ssp. após a aplicação de herbicidas. Revista Brasileira de Fruticultura, 38, 72-80.
Romani, G. N. et al. (2011). Chemical control of Pilea microphylla in Euterpe oleraceae nurseries with oxyfluorfen. International Symposium on New Floricultural Crops, 1000, 327-330.
Shitsuka, R. et al. (2014). Matemática fundamental para tecnologia. 2ed. Editora Erica.
Silva, A. A., Ferreira, F. A. & Ferreira, L. R. (2007). Herbicidas: classificação e mecanismos de ação. in: Silva, A. A. & Silva, J. F. Ed. Tópicos em manejo de plantas daninhas. Editora UFV. Viçosa, MG. 83-148.
Takano, H. K. et al. (2021). Accase-inhibiting herbicides: mechanism of action, resistance evolution and stewardship. Scientia Agricola, 78, e20190102.
Tang, W. et al. (2020). Tolerance to some accase inhibitors in four common roegneria (Roegneria kamoji) populations from China. Frontiers in Agronomy, 2, 587651.
Taziar, A. N. et al. (2016). Tolerance of four dry bean market classes to pre-emergence applications of sulfentrazone. American Journal of Plant Sciences, 7, 2248.
Viana, L. F. et al. (2021). Análise econômica do cultivo de açaizeiro irrigado no nordeste paraense. Revista Terceira Margem Amazônia, 7, 155-169.
Vieira, T. A. et al (2007). Sistemas agroflorestais em áreas de agricultores familiares em igarapé-açu, Pará: caracterização florística, implantação e manejo. Acta Amazonica, 37, 549-558.
Vieira, A. H. et al. (2018). Cultivo do açaizeiro (Euterpe oleracea Martius) no noroeste do Brasil. Porto Velho: Embrapa Rondônia. 90 p.
Vieira, S. (2021). Introdução à bioestatística. Ed. GEN/Guanabara Koogan.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 José Roberto Antoniol Fontes; Ronaldo Ribeiro de Morais; André Luiz Atroch; Ricardo Lopes

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.