Adesão medicamentosa em insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada: Impacto na qualidade de vida após um ano
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i3.48487Palavras-chave:
Insuficiência Cardíaca Diastólica, Qualidade de Vida, Adesão Medicamentosa.Resumo
Introdução: A insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEp) representa mais de 50% dos casos prevalentes de insuficiência cardíaca (IC) na população mundial. A fisiopatologia desse quadro não está totalmente clara, a falta de acordo em abordagens terapêuticas e avaliação de desfechos clínicos frente a patologia cria uma lacuna notável, exigindo investigações para estratégias de tratamento mais eficazes e direcionadas. Objetivo: Avaliar a relação da adesão medicamentosa com qualidade de vida em pacientes com ICFEp com diagnóstico há mais de um ano. Métodos: Trata-se de um estudo coorte retrospectivo, foram incluídos no estudo pacientes com diagnóstico de ICFEp há mais de um ano em seguimento ambulatorial. Onde o paciente foi submetido a uma consulta para avaliação da adesão medicamentosa e qualidade de vida. Para avaliação da adesão medicamentosa foi aplicada a Escala de Adesão à Medicação de Morisky (MMAS-8). Já para avaliação da qualidade de vida foi utilizado o Questionário de Vida com Insuficiência Cardíaca de Minnesota (MLHFQ). Em casos de evento, o paciente apresentava documentação hospitalar para avaliação. Conclusão: Os achados deste estudo de coorte retrospectivo contribuem para ampliar o entendimento sobre a ICFEp, especialmente no que diz respeito à relação entre adesão medicamentosa e qualidade de vida. Apesar de a adesão ao tratamento ser um elemento central no manejo da IC, nossos resultados apontam que, na ICFEp, a qualidade de vida é influenciada por múltiplos fatores, incluindo condições clínicas, comorbidades e características socioeconômicas.
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