Relevância das variações do canal mandibular em radiografias panorâmicas: Uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i3.48567Palavras-chave:
Canal mandibular, Variação anatômica, Radiografia panorâmica.Resumo
O Canal Mandibular (CM) localiza-se no interior do corpo da mandíbula, estendendo-se do forame mandibular até o forame mentoniano, podendo seguir como um canal único ou apresentar variações anatômicas. As variações mais frequentes descritas na literatura incluem canais retromolares, canais mandibulares bífidos (CMBs) e trífidos (CMTs). O presente estudo tem como objetivo identificar e destacar essas variações anatômicas, ressaltando sua importância para o diagnóstico em radiografias panorâmicas e sua relevância para a prática clínica. Foi realizada uma revisão de literatura utilizando as bases de dados Pubmed, Bireme, Lilacs e Scielo, com os descritores em Ciências da Saúde: Canal Mandibular, Variação Anatômica e Radiografia Panorâmica, abrangendo o período de junho de 2020 a julho de 2021. A radiografia panorâmica é uma modalidade de imagem amplamente utilizada pelos cirurgiões-dentistas devido à sua capacidade de fornecer uma visão abrangente da maxila, mandíbula e estruturas adjacentes, além de ser de fácil acesso. Contudo, a literatura aponta que o uso exclusivo desse exame pode subestimar detalhes importantes das variações anatômicas do CM. Por isso, a tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) é recomendada como exame complementar para maior precisão diagnóstica. Os resultados destacam a importância do reconhecimento das variações anatômicas do CM, com ênfase nos CMBs. O conhecimento dessas variações pelo clínico é essencial para adaptar o planejamento e a execução dos procedimentos, visando prevenir complicações, como: Déficits neurossensoriais pós-operatórios por falhas anestésicas; complicações cirúrgicas na inserção de implantes e remoção de terceiros molares; planejamento inadequado de próteses removíveis em mandíbulas atrofiadas; riscos em osteotomias envolvendo a região mandibular.
Referências
Andrade, Y. D. N. et al (2015). Analysis of Anatomical Variations of the Mandible Canal found in Panoramic Radiographs. Revista de Odontologia da Unesp, 44(1): 31-6. 10.1590/1807-2577.977.
Barberi, A., Mani, J. & Nasse, H. I. (1994). Duplicated mandibular canal: report of a case. Quintessence Internacional, 25(4), 277-81.
Cartes, G. et al. (2018). Mandibular Canal Course and the Position of the Mental Foramen by Panoramic X-Ray in Chilean Individuals. Biomed Res Inst., Estados Unidos. 2709401. 10.1155/2018/2709401.ecolletion.
Casarin, S. T. et al. (2020). Tipos de revisão de literatura: considerações das editoras do Journal of Nursing and Health. Journal of Nursing and Health, 10(5). https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/enfermagem/article/view/19924.
Claeys, V. & Wackens.G. (2005). Bifid Mandibular Canal: literature review and case report. Dentomaxillofac Radiol., Inglaterra, 34(1), 55-58. Pmid: 15709108. 101259/dmfr/23146121.
Freitas, G. B. et al. (2016). Classificação e prevalência das alterações do canal mandibular através de exames de tomografia computadorizada de feixe cônico. Rev. cir. traumatol. buco-maxilo-fac., 16(3), 6-12.
Fuentes, R. et al. (2019). Morphological Variations of the Mandibular Canal in Panoramic Radiographs: A Retrospective Study in a Chilean Population. Folia Morphol (warza)., Europa, 18(1), 163-70. 10.5603/FM.A2018.0058.
Grover, P. S. & Loston, L. (1983). Nervo Alveolar Bífido como uma possível causa de anestesia inadequada na mandíbula. J Oral Maxilofac Surg., Suiça, 41, 177-9.
Haas, L. F. et al. (2015). Anatomical variations of mandibular canal detected by panoramic radiography and CT: a systematic review and meta-analysis. Dentomaxilofac Radiol., Inglaterra, 45(2), 20150310. 10.1259/dmfr.20150310.
Klinge, B., Petersson, A. & Maly, P. (1989). Localização do Canal Mandibular: Comparação de achados macroscópicos, radiografia convencional e Tomografia Computadorizada. Int J Oral Maxillofac Implants., 4, 327-32.
Kuczynski, A et al. (2014). Prevalence of bifid mandibular canals in panoramic radiographys: a maxillofacial surgical scope. Surg Radiol Anat., 36(9), 847-50. 10.1007 / s00276-014-1298-2.
Lima, N. N. M. et al. (2016). Variação anatômica do canal mandibular: relato de caso. In: Jornada Odontológica dos Acadêmicos da Católica- JOAC. 2(2). Quixadá- CE. 10.21270/archi.v6i12.2248.
Langlais, R.P., Broaudus, R; & Glass, B. J. (1985). Bifid mandibular canals in panoramic radiographs. J Am Dent Assoc., Estados Unidos, 100, 923-6.
Lourenzo, J. M. et al. (2014). Descriptive study of the bifid mandibular canals and retromolar foramina: cone beam CT vc panoramic radiography. Dentomaxillofac Radiol., Inglaterra, 43(5), 20140090. doi: 10.1259/dmfr.20140090. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC4082272/.
Lurie, A.G. (2019). Doses, Benefits, Safety and Risks in Oral and Maxillofacial Diagnostic Imaging. Health Phys., Estados Unidos, 116(2), 163-9. 30585958. Doi: 10.1097 / HP.0000000000001030.
Madeira, M. C. (1995). Anatomia da face, Editora Savier.
Mattos, P. C. (2015). Tipos de revisão de literatura. Unesp, 1-9. https://www.fca.unesp.br/Home/Biblioteca/tipos-de-evisao-de-literatura.pdf.
Motamedi, M. H. K., Navi, F. & Sarabi, N. (2015). Bifid mandibular canals: prevalence and implications. J Oral Maxillofac Surg., Suiça, 73(3), 387-90. 10.1016/ J. Joms 2014.09.011.
Naitoh, M. et al. (2007). Bifid mandibular canal in Japanese. Implante Dent., Estados Unidos, 16(1), 24-32. 10.1097/ID.0b013e3180312323.
Nemati, S. et al. (2016). An Analysis of Visibility and Anatomic Variations of Mandibular Canal in Digital Panoramic Radiographs of Dentulous and Edentulous Patients in Northern Iran Population. J Dent (Shiraz)., Irã, 17(2), 112-20.
Neves, F. S. et al. (2014). Comparative analysis of mandibular anatomical variations between panoramic radiography and cone beam computed tomography. F.N. Oral and Maxillofacial Surgery., Alemanha, 14(18), 419-24. 10.1007/S10006-013-0428-z.
Nortjé, C. J., Farman, A. G. & Grotepass, F. W. (1977). Variations in the normal anatomy of the inferior dental (mandibular) canal: a retrospective study of panorâmic radiographs from 3612 routine dental patients. Br J Oral Surg., Escócia, 15(1), 55-63. 10.1016 / 0007-117x (77) 90008-7.
Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free e-book]. Editora UAB/NTE/UFSM.
Rossi, P. M., Brücker, M. R. & Rockenbach, M. I. B. (2009). Canais mandibulares bifurcados: análise em radiografias panorâmicas. Bifid mandibular canals: panoramic radiographic analysis. Revista de Ciências Médicas., Campinas, 18(2), 99-104.
Rother, E. T. (2007). Revisão sistemática x revisão narrativa. Acta Paul. Enferm., 2 (2). https://doi.org/10.1590/S0103-21002007000200001.
Sanchis, J. M., Peñarrocha, M. & Soler, F. (2003). Canal Mandibular Bífido. J Oral Maxillofac Surg., Suiça, 61: 422-4.
Santos, C. O. et al. (2012). Assessment of variations of the mandibular canal through cone beam computed tomography. Clin Oral Investig., Alemanha, 16(2), 387-93. Doi: 10.1007 / s00784-011-0544-9.
SAndór, B. et al. (2006). Atypical Courses of the Mandibular Canal- comparative Examination of Dry Mandibles and X-Rays. J. Craniofac Surg., Suiça, 17(3), 487-91. 10.1097/00001535-200605000-00017.
Salvador, J. F. et al. (2010). Anatomia radiográfica do canal mandibular e suas variações em radiografias panorâmicas. Innovations Implant Journal. Biomater Esthet (online), São Paulo, 5(2), 19-24.
Von Arx, T. et al. (2011). Radiographic study of the mandibular retromolar canal: an anatomical structure of clinical importance. Int Endod J., Inglaterra, 37(12), 1630-5. 10.1016/j.join 2011.09.007.
Wrzesien, M. & Olszewski, J. (2017). Absorbed doses for patients undergoing panoramic radiography, cefalometric radiography and CBCT. Int J Occup Med Environ Health., Polônia, 30(5), 705-13. 10.13075 / ijomeh.1896.00960.
Ylikontiola, L. et al. (2002). Comparison of three radiographic methods used to locate the mandibular canal in the buccolingual direction before bilateral sagittal split osteotomy. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod., Estados Unidos, 93(6), 736-742. 10.1067 / moe.2002.122639.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Josiane Braga Scarpa; Caroline de Paula Oliveira Gringo; Rafaela Ferlin; Otávio Pagin

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.