Perfil Epidemiologico de Mulheres em Situação de Violência Conjugal no Brasil

Resumo

A violência contra a mulher é um problema complexo, que pode ser analisado sob diversas perspectivas, incluindo social, biológica, psicológica e epidemiológica. O objetivo consiste em analisar o perfil epidemiológico de mulheres em situação de violência conjugal no Brasil nos últimos 10 anos. Os dados foram coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizados pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Foram analisados 1.974.090 casos de violência, com foco em variações geográficas, temporais e sociodemográficas. A maior incidência ocorreu na região Sudeste, com 4,97 casos por 1.000 pessoas. O estudo revelou um aumento substancial nos casos, especialmente, em 2023. A faixa etária mais afetada foi de mulheres de 20 a 29 anos. Em termos de raça, as mulheres pardas representaram 3,83% dos casos, seguidas pelas brancas (3,61%) e negras (0,83%). Mulheres de outras etnias apresentaram porcentagens menores. Quanto à escolaridade, a maioria das vítimas tinha ensino médio completo. O envenenamento foi o tipo de violência mais frequente (1,93%), seguido por agressões com objetos. A residência foi o local mais comum, com 69,66% dos casos. O cônjuge foi o agressor em 1,92% das ocorrências. O aumento contínuo nos registros pode refletir tanto o crescimento da violência quanto a maior conscientização da população para denunciar. Diante do exposto, compreende-se a necessidade de fortalecer as políticas públicas de proteção à mulher, investir no empoderamento feminino e nas redes de apoio, a fim de viabilizar condições seguras e justas para as mulheres no Brasil.