Tipos de evolução em retrovírus humanos: Revisão sistemática

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v13i10.47021

Palavras-chave:

Mutação, Retroviridae, Deriva genética, Evolução molecular, Seleção genética.

Resumo

A evolução viral, especialmente em retrovírus, é um processo complexo e dinâmico que pode ser influenciado por interações com o hospedeiro e diferentes pressões seletivas. Essa evolução pode ser classificada como neutra, na qual a maioria das alterações genéticas são causadas pelo efeito da deriva genética, ou positiva, onde a diversidade seria mantida por um equilíbrio entre a taxa de mutação e sua eventual manutenção devido aos efeitos da seleção natural. Para esse estudo, realizamos uma revisão sistemática com o objetivo de classificar os retrovírus de acordo com a teoria evolutiva que se encaixam. Nos 75 artigos analisados, foi possível constatar uma predominância da seleção positiva (76%), especialmente em vírus da imunodeficiência humana (HIV), corroborada pela prevalência de mutações não-sinónimas identificada, onde mutações “benéficas” para os vírus são selecionadas, possivelmente como resposta a pressões do sistema imune e tratamentos. Ao comparar a evolução do HIV com o retrovírus endógeno humano (HERV) foi observado diferentes padrões, vírus HERV tendem a seleção purificadora, mantendo características pré-existentes e, em cenários de coinfecção com HIV, HERV’s tendem a seleção neutra, com acúmulo de mutações sinônimas. O estudo e a compreensão dos processos evolutivos e fatores que os influenciam são de suma importância, visto que, o surgimento de variantes resistentes é, atualmente, o maior empecilho no desenvolvimento de um tratamento eficaz para infecções retrovirais.

Referências

Andrews, S. M., & Rowland-Jones, S. (2017). Recent advances in understanding HIV evolution. F1000Research, 6.

Blikstad, V., Benachenhou, F., Sperber, G. O., & Blomberg, J. (2008). Endogenous retroviruses: Evolution of human endogenous retroviral sequences: a conceptual account. Cellular and molecular life sciences, 65, 3348-3365.

Carneiro, M., Yu, X. F., Lyles, C., Templeton, A., Weisstein, A. E., Safaeian, M., Farzadegan, H., Vlahov, D., Markham, R. B. (1999). The Effect of Drug-Injection Behavior on Genetic Evolution of HIV-1. The Journal of Infectious Diseases, 180(4), 1025-1032

Contreras-Galindo, R., Kaplan, M. H., Contreras-Galindo, A. C., Gonzalez-Hernandez, M. J., Ferlenghi, I., Giusti, F., ... & Markovitz, D. M. (2012). Characterization of human endogenous retroviral elements in the blood of HIV-1-infected individuals. Journal of virology, 86(1), 262-276.

Das, A. T., & Berkhout, B. (2010). HIV-1 evolution: frustrating therapies, but disclosing molecular mechanisms. Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences, 365(1548), 1965-1973.

Domingo, E., Escarmís, C., Sevilla, N., Moya, A., Elena, S. F., Quer, J., ... & Holland, J. J. (1996). Basic concepts in RNA virus evolution. The FASEB Journal, 10(8), 859-864.

Gomes, I. S. & Caminha, I. O. (2014). Guia para estudos de revisão sistemática: uma opção metodológica para as Ciências do Movimento Humano. Movimento. 20(1), 395-411.

Hayward, A., Grabherr, M., & Jern, P. (2013). Broad-scale phylogenomics provides insights into retrovirus–host evolution. Proceedings of the National Academy of Sciences, 110(50), 20146-20151.

Hutchinson, J. F. (2001). The biology and evolution of HIV. Annual review of anthropology, 30(1), 85-108.

Johnson, W. E. (2019). Origins and evolutionary consequences of ancient endogenous retroviruses. Nature Reviews Microbiology, 17(6), 355-370.

Katsura, Y., & Asai, S. (2019). Evolutionary medicine of retroviruses in the human genome. The American Journal of the Medical Sciences, 358(6), 384-388

Korsman, S. N., Van Zyl, G., Nutt, L., Andersson, M. I., & Preiser, W. (2014). Virologia. Elsevier Brasil.

Lewitus, E., Sanders-Buell, E., Bose, M., O’Sullivan, A. M., Poltavee, K., Li, Y., ... & Rolland, M. (2021). RV144 vaccine imprinting constrained HIV-1 evolution following breakthrough infection. Virus Evolution, 7(2), veab057.

Mattos, P. C. (2015). Tipos de revisão de literatura. Unesp, 1-9. Recuperado de https://www.fca.unesp.br/Home/Biblioteca/tipos-de-evisao-de-literatura.pdf.

Nowak, M. A. (2006). Evolutionary dynamics. Harvard university press.

Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free e-book]. Santa Maria/RS. Ed. UAB/NTE/UFSM.

Piot, P., Bartos, M., Ghys, P. D., Walker, N., & Schwartländer, B. (2001). The global impact of HIV/AIDS. Nature, 410(6831), 968-973.

Prodanov, C. C. & Freitas, E. C. (2013). Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. (2ed.). Ed. Feevale.

Rambaut, A., Posada, D., Crandall, K. A., & Holmes, E. C. (2004). The causes and consequences of HIV evolution. Nature Reviews Genetics, 5(1), 52-61.

Rolland, M., Manocheewa, S., Swain, J. V., Lanxon-Cookson, E. C., Kim, M., Westfall, D. H., ... & Mullins, J. I. (2013). HIV-1 conserved-element vaccines: relationship between sequence conservation and replicative capacity. Journal of virology, 87(10), 5461-5467.

Roossinck, M. J. (2001). Cucumber mosaic virus, a model for RNA virus evolution. Molecular Plant Pathology, 2(2), 59-63.

Tortora, G. J., Case, C. L., & Funke, B. R. (2017). Microbiologia-(12ª Ed.). Artmed Editora.

UNAIDS. Global HIV & AIDS Statistics—Fact Sheet. Geneva, Switzerland: The Joint United Nations Programme on HIV/AIDS. Disponível em: https://unaids.org/en

Zheng, J., Wei, Y., & Han, G. Z. (2022). The diversity and evolution of retroviruses: perspectives from viral “fossils”. Virologica sinica, 37(1), 11-18.

Downloads

Publicado

2024-10-14

Edição

Seção

Artigos de Revisão

Como Citar

SOUSA, João Pedro de Lacerda Costa; ANDRADE, Beatriz Reis; LOPES, Iara Freitas. Tipos de evolução em retrovírus humanos: Revisão sistemática. Research, Society and Development, [S. l.], v. 13, n. 10, p. e62131047021, 2024. DOI: 10.33448/rsd-v13i10.47021. Disponível em: https://ojs34.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/47021. Acesso em: 16 jul. 2025.