Expressões indiretas do gene guerreiro responsável pela enzima catecol-o-metiltransferase (COMT) em situações de estresse acadêmico
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i10.47246Palavras-chave:
Inibidores de Catecol O-Metiltransferase, Cortisol, Genética comportamental, Dopamina.Resumo
O termo "gene guerreiro" é comumente empregue para descrever variações genéticas que possam impactar o comportamento humano, tais como agressividade, impulsividade e tolerância ao estresse. No entanto, há evidências crescentes de que variantes genéticas importantes podem alterar a atividade dentro de circuitos neuronais específicos e, portanto, influenciar fenômenos cognitivo-afetivos específicos. Um polimorfismo de nucleotídeo único no gene catecol-O-metiltransferase (COMT) leva a variante genética que regula o metabolismo das catecolaminas, principalmente da dopamina. Portanto, variações genéticas no gene da COMT podem influenciar a atividade desta enzima e, consequentemente, moldando traços de personalidade e padrões comportamentais. Assim, objetiva-se compreender e relacionar indiretamente as diferentes expressões do gene COMT em acadêmicos submetidos a situações adversas de estresse. Para esse estudo, foi realizado uma experiência social de forma prática, em duas etapas de questionários, a primeira etapa em situação de conforto e na segunda etapa com indução de estresse, as quais resultaram em uma dosagem indireta de liberação da dopamina com níveis distintos entre as duas etapas. Os resultados indicam que acadêmicos de 17 a 23 anos com possíveis genótipos Val158Val apresentam uma degradação mais rápida da dopamina, resultando em menor estresse, enquanto aqueles com o possível genótipo Met158Met têm acúmulo de dopamina, caracterizando uma resposta mais intensa ao estresse, especialmente em situações adversas. Ao fim, construiu-se relações que diferem alelos da COMT em homozigotos (Val158Val; Met158Met) e heterozigotos (Val158Met) com a finalidade de apontar diferenças da degradação de dopamina no córtex pré-frontal.
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