Acesso e longitudinalidade do cuidado em saúde prisional: Perspectivas da medicina de família na abordagem de populações e doenças negligenciadas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v13i12.47839

Palavras-chave:

Minorias Desiguais em Saúde e Populações Vulneráveis, Populações Vulneráveis, População Privada de Liberdade, Doenças Negligenciadas, Saúde Pública, Direitos Humanos.

Resumo

Construído em um processo histórico de necessidade da exclusão e enclausuramento do socialmente e legalmente determinando como conduta criminosa, o caráter biopsicossocial da criminalidade continua potencializando o número de populações que superlotam o sistema prisional, porém em uma proporção que diverge das reais necessidades em investimento na reeducação, nas possibilidades de reinserção psicossocial e da garantia de direitos humanos dentro do regime de privação de liberdade, principalmente do acesso à saúde. Dentro das lacunas e fragilidades existentes para a plena garantia da saúde em toda a visão de bem estar físico e mental, é uma problemática crescente a existência de doenças negligenciadas que mesmo estando em processo de redução na população geral, ainda são uma realidade presente e de difícil manejo no seguimento das populações negligenciadas, necessitando de uma organização em saúde que possibilite o direcionamento de estudos e abordagens que empoderem e auxiliem na educação, prevenção e promoção dessas populações marginalizadas. A partir desse cenário, a medicina de família e comunidade se apresenta como formação médica estratégica para o trabalho em áreas e zonas negligenciadas. O presente trabalho tem como objetivo realizar uma revisão narrativa de literatura sobre a questão do acesso e do cuidado integral necessários no âmbito da saúde prisional, tendo a medicina de família e comunidade como responsável pela coordenação do cuidado e o entendimento geral de crescimento e identificação de doenças negligenciadas nesses seguimentos invisibilizados da sociedade.

Referências

Bueno, C. D. da C. (2021). O Estado penal, o sistema prisional e a crise do humanismo. Revista Katálysis, 24(1), 177–187.

https://doi.org/10.1590/1982-0259.2021.e75254

Casarin, S. T. et al. (2020). Tipos de revisão de literatura: considerações das editoras do Journal of Nursing and Health. Journal of Nursing and Health. 10 (5). https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/enfermagem/article/view/19924.

Chies, L. A. B.. (2013). A questão penitenciária. Tempo Social, 25(1), 15–36. https://doi.org/10.1590/S0103-20702013000100002

Chies, L. A. B. & Almeida, B.R. (2019). Mortes sob custódia prisional no Brasil. Prisões que matam; mortes que pouco importam. Revista de Ciencias Sociales, 32(45), 67-90. Epub 01 de diciembre de 2019. https://doi.org/10.26489/rvs.v32i45.3

Dembogurski, L. S. S., Oliveira, D. D. & Durães, T. F. N. (2021). Análise do processo de ressocialização. O método da Associação de Proteção e Assistência a Condenados. Revista de Ciencias Sociales, 34(48), 131-154. Epub 01 de junio de 2021.https://doi.org/10.26489/rvs.v34i48.6

Freixo, M.. (2016). Desintegração do sistema prisional, segurança pública e exclusão social. Ciência & Saúde Coletiva, 21(7), 2171–2178. https://doi.org/10.1590/1413-81232015217.11752016

Figueiró, R. de A., & Dimenstein, M. (2016). Castigo, gestão do risco e da miséria: Novos discursos da prisão na contemporaneidade. Estudos De Psicologia (natal), 21(2), 192–203. https://doi.org/10.5935/1678-4669.20160019

Gois, S. M. et al. (2012). Para além das grades e punições: uma revisão sistemática sobre a saúde penitenciária. Ciência & Saúde Coletiva, 17(5), 1235–1246. https://doi.org/10.1590/S1413-81232012000500017

Guerrero, A. V. P. et al. (2022). Estado, políticas públicas e saúde no sistema penitenciário. Ciência & Saúde Coletiva, 27(12), 4338–4338. https://doi.org/10.1590/1413-812320272712.14862022

Karam, M. L. (2011). Psicologia e sistema prisional. Revista EPOS, 2(2)

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2178-700X2011000200006&lng=pt&tlng=pt.

Larouzé, B., Ventura, M., Sánchez, A. R., & Diuana, V. (2015). Tuberculose nos presídios brasileiros: entre a responsabilização estatal e a dupla penalização dos detentos. Cadernos De Saúde Pública, 31(6), 1127–1130. https://doi.org/10.1590/0102-311XPE010615

Lôbo, N. M. N., Portela, M. C. & Sanchez, A. A. M. M. R. (2022). Análise do cuidado em saúde no sistema prisional do Pará, Brasil. Ciênc. saúde coletiva 27(12): 4423-4434. https://doi.org/10.1590/1413-812320222712.10212022

Mameluque, M. da G. C.. (2006). A subjetividade do encarcerado, um desafio para a psicologia. Psicologia: Ciência E Profissão, 26(4), 620–631. https://doi.org/10.1590/S1414-98932006000400009

Mattos, P. C. (2015). Tipos de revisão de literatura. Unesp, 1-9. https://www.fca.unesp.br/Home/Biblioteca/tipos-de-evisao-de-literatura.pdf.

Monteiro, F. M., & Cardoso, G. R.. (2013). A seletividade do sistema prisional brasileiro e o perfil da população carcerária: Um debate oportuno. Civitas - Revista De Ciências Sociais, 13(1), 93–117. https://doi.org/10.15448/1984-7289.2013.1.12592

Oliveira, F., & Sento-Sé, J. T.. (2022). Empatia direcionada: A representação do preso enquanto vítima na cobertura da crise penitenciária de 2017. Dilemas: Revista de Estudos de Conflito E Controle Social, 15(1), 103–128. https://doi.org/10.4322/dilemas.v15n1.40897

Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free e-book]. Editora UAB/NTE/UFSM.

Rangel, F. M., & Bicalho, P. P. G. de .(2016). Superlotação das prisões brasileiras: Operador político da racionalidade contemporânea. Estudos De Psicologia (natal), 21(4), 415–423. https://doi.org/10.5935/1678-4669.20160040

Rother, E. T. (2007). Revisão sistemática x revisão narrativa. Acta Paul. Enferm. 20(2). https://doi.org/10.1590/S0103-21002007000200001.

Sánchez, A., & Larouzé, B. (2016). Controle da tuberculose nas prisões, da pesquisa à ação: a experiência do Rio de Janeiro, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, 21(7), 2071–2080. https://doi.org/10.1590/1413-81232015217.08182016

Sánchez, A. et al. (2021). Mortalidade e causas de óbitos nas prisões do Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos De Saúde Pública, 37(9), e00224920. https://doi.org/10.1590/0102-311X00224920

Santos, T. M. dos & Silva, L. C. A. da. (2017). Os sujeitos egressos prisionais e o processo de (re)inserção social. Psicologia em Revista, 23(3), 975-993. https://doi.org/10.5752/P.1678-9563.2017v23n3p975-993

Serra, R. M. et al. (2022). Prevalência de doenças crônicas não transmissíveis no sistema prisional: um desafio para a saúde pública. Ciência & Saúde Coletiva, 27(12), 4475–4484. https://doi.org/10.1590/1413-812320222712.10072022

Soares Filho, M. M., & Bueno, P. M. M. G.. (2016). Direito à saúde mental no sistema prisional: reflexões sobre o processo de desinstitucionalização dos HCTP. Ciência & Saúde Coletiva, 21(7), 2101–2110. https://doi.org/10.1590/1413-81232015217.08802016

Uziel, A. P., et al. (2018). Sistema Prisional e Segurança Pública: Inquietações e Contribuições da/à Psicologia. Psicologia: Ciência E Profissão, 38(spe2), 3–9. https://doi.org/10.1590/1982-3703000122018

Downloads

Publicado

2024-12-17

Edição

Seção

Artigos de Revisão

Como Citar

MORCERF, Cely Carolyne Pontes; COUTINHO, Guilherme Moreira de Queiroz; RASMUSSEN, Emilly Barboza; MARQUES, João Mazzoncini de Azevedo. Acesso e longitudinalidade do cuidado em saúde prisional: Perspectivas da medicina de família na abordagem de populações e doenças negligenciadas. Research, Society and Development, [S. l.], v. 13, n. 12, p. e175131247839, 2024. DOI: 10.33448/rsd-v13i12.47839. Disponível em: https://ojs34.rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/47839. Acesso em: 16 jul. 2025.