Perfil de gestantes em presídios e seus recém-nascidos. Um estudo de caso-controle
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v14i3.48489Palavras-chave:
Gravidez, Saúde materno-infantil, Recém-nascido, Prisões, Estudos de Casos e Controles.Resumo
O aumento das mulheres em cárcere gera uma preocupação com relação à infraestrutura prisional e a garantia aos direitos às mulheres como atendimento à gestante com qualidade e o exercício da maternidade. Este estudo objetiva analisar indicadores de saúde materno-infantil de gestantes e recém-nascidos detentos na Penitenciária Feminina de Tremembé, SP, comparando-os com os da população em geral, e avaliar os desfechos de saúde desses grupos, mensurando riscos e prognósticos. É um estudo caso-controle, composto por 106 gestantes detentas e seus bebês e 530 não detentas selecionadas aleatoriamente, no período de 2011 a 2022. As variáveis médias das detentas foram: 25,6 anos; 2,2 gestações; 2 filhos vivos e 0,3 mortos. A média de início do pré-natal foi de 3,5 meses com média de 5,2 consultas. As variáveis médias dos recém-nascidos foram: peso 3090,8 gramas; Índices de Apgar no primeiro e quinto minuto, respectivamente, de 7,9 e 8,9; idade gestacional de 38,4 semanas e maioria dos partos vaginais. As gestantes que estavam presas eram mais jovens, tinham maior número de gestações anteriores e de nascidos vivos, iniciaram o pré-natal mais tardiamente, fizeram menos consultas, tiveram maior proporção de partos vaginais e estavam, em sua maioria, sem companheiro, em comparação às mulheres não presas. O nível de escolaridade foi semelhante entre os grupos. Nesta análise foi possível identificar diferenças e semelhanças entre as gestantes de cada grupo, mas não houve diferenças estatísticas nas variáveis dos recém-nascidos.
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